O Parque Internacional
Camila Braz Viscardi
Dos 1.068 km de fronteira entre o Brasil e o Uruguai, temos 320 km de " FRONTEIRA SECA" onde estão plantados 1.174 marcos de concreto, que indicam o traçado que divide os dois países.
Para estabelecer a linha de fronteira nessa região adotou-se o chamado “Divisor de Águas”, ele consiste em “uma linha teórica de menor caimento, que limita as terras drenadas por uma bacia fluvial de outra bacia fluvial”. Em outras palavras, é o divisor de águas estabelecido pela própria natureza, quando chuva cai corre determinando a linha por onde deve passar a fronteira. Daí a razão da forma irregular que caracteriza a linha limítrofe que vemos em nossa cidade.
Porém ao atingir os subúrbios das duas cidades, a Comissão Demarcadora integrada por elementos de ambos países, verificou que não mais poderia manter a sinalização da fronteira pelo divisor de águas, conforme vinha sendo feito.
A partir do chamado “Cerro do Caqueiro”, a linha demarcadora invadiria casas e cortaria terrenos. Dessa maneira, um trecho de aproximadamente quatro quilômetros ficou pendente para uma próxima definição.
No início do século XX, as cidades cidades cresciam, aproximando-se cada vez mais.
Entre elas estava um areal que pouco a pouco foi se transformando num espaço utilizado para a prática de competições esportivas de tênis, pólo, futebol que atraiam o público fronteriço.
Porém, essa região era um problema de ordem jurídica, pois ninguém sabia a quem pertencia se ao Brasil ou ao Uruguai.
Esse problema ficou definitivamente resolvido em 1923, ocasião em que foi sugerida a construção de um “Parque Internacional” na área considerada “terra de ninguém”.
Inaugurado dia 26 de fevereiro de 1943 na divisa de Santana do Livramento e Rivera o Parque Internacional foi um avanço da História de união entre os dois países em uma época em que o mundo ficava perplexo com a Segunda Guerra Mundial.
Com a presença do Ministro do Trabalho e Embaixador Extraordinário do Brasil, Marcondes Filho e o ministro Hector Geroma foi representante do presidente uruguaio definia-se assim, o último marco santanense, o obelisco no primeiro plano do Parque.
Referência
http://info.lncc.br/cbdls.html - As comissões brasileiras demarcadoras de limitespor Juvenal Milton Engel
A História da Praça Internacional, de Nelson Ferreira Moreira
http://www.celpcyro.org.br/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=1136:70-anos-da-praca-internacional-de-livramento-rivera-a-saga-do-tratado-de-tordesilhas-nessa-fronteira&catid=59:outras-fronteiras 70 Anos da Praça Internacional de Livramento-Rivera - A saga do Tratado de Tordesilhas nessa fronteira por Carlos Alberto Potoko
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